Voz do Seven no sapo.pt

... o verdadeiro Povoador do Reino.

Conta-nos a História de Portugal que D. Sancho I, filho do rei-fundador D. Afonso Henriques, decretou a formação de vilas e aldeias e que mandou vir famílias estrangeiras para povoar o reino. O Povo, sabiamente, atribuiu-lhe então o cognome de O Povoador.
No entanto, séculos e séculos depois, chegou até à caixa de correio da Redacção do Voz do Seven  uma mensagem que, apesar de não contrariar o atrás exposto, nos leva a reconsiderar sobre quem, afinal, merece o epíteto de Grande Povoador do, à época, Reino de Portugal e dos Algarves.
Fica o aviso de que, apesar de Voz do Seven não possuir entre mãos o original do documento (está arquivado na Torre do Tombo em Lisboa) nem cópia autenticada, a fonte que nos enviou a transcrição é digna de crédito.

Eis então...

Sentença proferida em 1487 no processo contra o Prior de Trancoso [hoje Distrito da Guarda - Beira Alta]
(autos arquivados na Torre do Tombo-Lisboa, armário 5, maço 7)

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres".

No entanto...
"El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos dezessete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo".